quarta-feira, 5 de março de 2008

Há vida nas células-tronco?

Nesta quarta-feira o Supremo Tribunal Federal fará o julgamento final da Lei de Biossegurança – que autoriza a utilização em pesquisas, de embriões congelados há mais de três anos. Desde 2005, quando o Congresso a aprovou, busca-se que as medidas propostas sejam posta em prática, mas, neste mesmo ano, a Procuradoria Geral da República (então comandada por Cláudio Fontelles) entrou com uma ação de inconstitucionalidade da lei, e a partir de então as pesquisas estão suspensas no país.

As células-tronco são células que possuem a capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às que a geraram. Se são células embrionárias, têm a possibilidade de se diferenciar e se transformar em outros tecidos do corpo como ossos, nervos, músculos e sangue. Por isso mesmo, elas têm importância terapêutica, tornando-se úteis no tratamento de doenças degenerativas, acidentes vasculares cerebrais, diabetes ou traumas na medula.

O Brasil é um dos países em que as pesquisas com células-tronco estão mais avançadas, mas, tais pesquisas ainda não são vistas com bons olhos por toda a sociedade, já que, a discussão de se, ao usar células-tronco embrionárias estaria-se cometendo o crime de privar um ser humano da vida, sempre retorna, pondo em voga novamente a eterna dualidade: ciência x fé.

Para defender a constitucionalidade das pesquisas, os cientistas lembram o fato de que se só existe morte quando o cérebro pára de funcionar, tambem só existe vida a partir do início de sua atividade e que os embriões a serem utilizados nas pesquisas teriam menos de 14 dias, idade em que não há atividade cerebral.

Temos de pensar que se é uma tecnologia que pode salvar vidas e se as células usadas nunca se transformariam em vida humana, ela tem de ser pesquisada e discutida ao máximo para que se sanem todas as dúvidas ainda existentes sobre o assunto e também para que as pessoas de mais baixa renda possa ter acesso aos avanços cientificos, os quais podem culminar na cura ou na redução na gravidade dos sintomas.

Se o Brasil der esse passo à frente, conseguirá mostrar que dogmatismos da fé não podem, nem devem interferir em casos de saúde pública e segurança nacional e assim, se unir a outros países na pesquisa com células-tronco embrionárias

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