sábado, 16 de fevereiro de 2008

Uma crônica, pra começo de conversa

Reformate seu HD

Tentei várias vezes começar essa crônica. Tentei e cheguei mesmo a escrever. Mas ficou como um conto. Então, aqui estou eu de novo. Pra escrever do único fato que me ocorre, que seja realmente cotidiano em minha vida. Ou seja, algo que se repete e se tornou tão corriqueiro em minha vida, que já nem o percebo mais.

Bem, o fato em si, é que há horas, como já disse, venho tentando escrever essa crônica. E sempre sou interrompida. Por quê? Porque mesmo tentando utilizar o computador, apenas para digitar uma crônica, há milhares de ruídos, janelas abertas, conversas inacabadas, tudo isso num mundo que não é meu, talvez numa realidade inventada de Orkut ou MSN em que “amigos” das mais variadas localidades do mundo pedem a minha atenção.

Imagino que para mim, que já não sei viver sem essas tecnologias, ficar o tempo que utilizo para escrever essa crônica, sem ao mesmo tempo, me inteirar de tudo o que acontece no mundo através de um clique, seja quase impossível.

Alguns chamam isso de “aldeia global”. Outros, de vício. Eu penso: se for vício, quantas pessoas não passam por essa mesma situação?

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Pensemos em uma internauta viciada. Vamos chamá-la de Deborah. A primeira coisa que Deborah faz pela manhã, após escovar os dentes, é ligar seu microcomputador (se é que ele não permanecera ligado enquanto ela dormia), e verificar os amigos online do Messenger, ou os recados novos de seu Orkut. Depois de tomar café, Deborah vai até o ponto de ônibus escutando os últimos hits em seu mp4, ou mesmo vendo vídeos recém baixados. Quando aparece em sua frente uma pessoa que surgiu do nada. Pra falar a verdade já estava ali há maior tempão. É que Deborah tem sua visão cada vez mais prejudicada pela tela do computador.

- Fala aí, Dé!

- Oi... Danilo!!!

- Tá sabendo que a Godiva faliu, né??

Neste momento Deborah entra em conflito. O que é Godiva? Ela já sabia o que fazer!!! Procurar na Wikipédia!! Ou no Google!! Mas, ela estava sem internet ali!! Deborah começou a tentar achar dentro do seu banco de dados a resposta, mas, nada veio à mente...Será que estava nos arquivos deletados dela? Aquela situação estava saindo do controle....Isso não podia acontecer! Deborah só tinha mais alguns segundos antes de dar a resposta. Se ela não tinha mais o controle, tinha que arrumar um joystick, sim, porque ela deveria ter mais de 5 vidas naquele RPG. Mas, aquilo não era um RPG, era a vida real...Deborah não sabia o que fazer..

Até que surgiu o alívio...

Uma garota que Deborah reconhecia sabe-se lá de onde apareceu, cumprimentou Danilo e disse "Oi, Debyzinha, quanto tempo"

Mas, e agora???

Quem seria essa garota?

Olhos escuros, de altura mediana, cabelos escuros...Quem é, Deborah?? Quem??Esta pergunta estava presente no processador de Deborah...Ela viu toda a sua lista de amigos do messenger, do Orkut...Mas, não lembrava...Ela não reconhecia...Seria mais um de seus mil contatos???

Deborah estava no auge de seu processador...A máquina já estava esquentando...Godiva, Orkut, garota, Messenger, Google, sites de novela, informações...

- Bem, Deh....Nosso ponto é o próximo...Depois conversamos mais, vamos, Ju??

- Tchau, Debby!! Depois conversamos mais no Messenger...

***


Oi... Sou Aline, estudante de Jornalismo da UFMS. Sempre quis manter um blog, mas isso nunca se concretizou de verdade. Vamos ver se agora, vai=)
Esta foi uma crõnica feita por mim, no ano passado e eu gostei bastante, porque mais ou menos acabei contando uma faceta da minha própria vida. Há um pouco de mim em Deborah, a personagem. E foi uma crônica escrita de uma vez, depois de já ter tentado escrever sobre vários temas mais sérios. Espero que leiam e gostem.

3 comentários:

Laís Inagaki disse...

Eu já pensei nessa expressão: formatar o HD. Quando li, pensei que seria outra coisa. Mas gostei do texto, Aline. :)) Beijão.

Flávio Brito disse...

Parabéns Moça!!!
Espero que venha muitas outras Crônicas, contos, poesias ou quem sabe um livro!!!
Beijão do tamanho do Coração!!!

Andriolli disse...

Oi oi Aline! Vou tomar a liberdade de falar o que eu achei da crônica, sem só falar q está bom:

Achei que teve uma quebra no texto muito grande quando ele passou de você pra Débora. Não tinha necessidade disso, uma crônica boa (ao menos pra mim) é quando ela fala de si mesmo, porque você não conhece nenhum personagem melhor do que você, entende? Se vc fosse a Débora, ou se a Débora fosse a Aline vc podia na hora de contar aquela parte da história, usar "Um dia...", e contar aquilo como tendo acontecido com você.

Ah, e se vc conseguir achar outra frase pra não causar essa repetição no:
"que seja realmente cotidiano EM MINHA VIDA. Ou seja, algo que se repete e se tornou tão corriqueiro EM MINHA VIDA" (Na verdade, você usou duas frases pra dizer a mesma coisa, dava pra cortar isso fora).

That's it! HAha, não é criticar por criticar heim! mas pra melhorar!